quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Sombras



Um dia desses eu estava na faculdade quando do nada tive um tipo de inspiração eólica transfusante diretamente do solstício arrebatante inferno. Talvez esse não seja o lugar apropriado para postar o fruto dessa inspiração, mas... como faz tempo que num posto nada, e tenho preguiça de criar qualquer outro tipo de page ou algo do gênero, vai aqui mesmo. lol


Sombras

Na parede da sala, dançavam as sombras.
Lá fora, planavam velozes os morcegos.
Na cozinha, a água do miojo fervia.
Na TV, jorrava o sangue da meretriz.
Faminta, apagou o fogo.
Destraída, esqueceu da panela de cabo solto.
Queimor sentira, ao que derrubou o líquido em sí mesma.
Sangue. Jorrava, como na TV.
Caíra e quebrara uma das unhas.
Aflição sentira, e um ardor agudo. As mãos tremiam.
Escuridão engoliu a residência, justo agora?, ela chorava.
Na parede da sala, dançavam as luzes.
Lá fora, corriam velozes os carros.
Na cozinha, vozes eram ouvidas.
Como é possível?, pensara ela, chorando.
Imóvel, sentindo ainda aquele agudo
Ardor. Na ferida, como uma pulsação.
Da mesma, sangue ainda jorrava.
Mas e aquelas vozes?
Aquelas vozes que clamavam "Sangue"?
Talvez as sombras não fossem morcegos.
Ou talvez os morcegos não fossem morcegos.
Nunca saberá.
Ninguém saberá.
Visto que a luz não era dos carros.
Visto que a morte não joga a limpo.
Na parede da sala, crescia uma mancha negra.
Lá fora, caíam lerdas as cinzas.
Na cozinha, jazia carbonizada.
E as sombras?
Sorriam, à luz das chamas.

E é isso... Gostou? Curta e inscreva-se aqui embaixo. Ah, foi mal, esqueci que não é vlog.

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